lunes, 16 de octubre de 2017

Paul McCartney, aos 75 anos, faz com que show de 3 horas pareça fácil em São Paulo




g1.globo.com
Paul McCartney, aos 75 anos, faz com que show de 3 horas pareça fácil em São Paulo
Ex-beatle mostrou domínio sobre público e sobre própria carreira com sucessos de todas as suas fases no Allianz Parque neste domingo (15).
Por Cesar Soto, G1
16/10/2017

Paul McCartney em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt/G1)
Paul McCartney em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt/G1)

Shows de grandes artistas internacionais com três horas de duração não são a norma no Brasil, um país mais acostumado aos festivais gigantescos que comprimem o maior número de nomes em um único dia. Quando alguém resolve estender o espetáculo, como fez o Guns N’ Roses, é digno de nota. Mais incrível ainda é ver sir Paul McCartney, do alto de seus 75 anos, realizar tal proeza neste domingo (15) no Allianz Parque, em São Paulo, como se fosse fácil.
As 45,5 mil pessoas que esgotaram em cerca de um dia os ingressos para a apresentação da turnê “One on One” tiveram de aguardar pouco além do esperado para assistir ao retorno do ex-baixista dos Beatles a São Paulo, após quase três anos.

Às 21h02 o público já gritava ao ouvir o acorde que anunciava a primeira canção, “A hard day’s night”, responsável por abrir também o show de Porto Alegre (RS) na sexta-feira (13). Os gaúchos, aliás, ganharam uma música a mais em sua apresentação, mas não puderam ver “Drive my car”. Em seu lugar, ouviram “Got to get you into my life”.
O resto da noite seguiu com o previsto desfile de sucessos para agradar fãs de todas as fases do cavaleiro inglês. Os beatlemaníacos tiveram direito de ouvir até mesmo “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, ausente durante sua última passagem por São Paulo, em 2014.
Fãs de Wings, a banda de Paul com sua ex-mulher Linda [1941-1998], vibraram com os gritos de “Jet” e com as explosões (literais) de “Live and let die”, momento apoteótico em que o palco é tomado por chamas e fogos de artifícios.

Paul McCartney em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt/G1)
Paul McCartney em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt/G1)

E até a carreira solo recente teve seu brilho. O cantor mostrou que ainda tem a potência necessária para substituir os vocais de Rihanna na bela versão de “FourFiveSeconds”, lançada em parceria com a cantora e com Kanye West, além de mandar “Queenie Eye” e “New”.
A sequência com as duas canções do álbum de 2013 mostra bem como o planejamento é feito com a experiência de alguém com décadas de estrada. Quando o público ameaçava perder o interesse pelas músicas novas, Paul emendou “Lady Madonna”. Com sua energia dançante, fez com que todos no estádio voltassem a gritar e pular.
Houve também, é claro, os momentos clássicos. Desde a reboladinha em “And I love her”, às luzes dos celulares do público em “Let it be”, os “na na na na” de “Hey Jude” e a finalização com a mistura de “Golden slumbers”, “Carry that weight” e “The end”.
Tudo isso entrecortado por declarações de amor, provocações e gírias em inglês e no idioma local. “Como está meu português? Bom?”, perguntou Macca, com a inocência de quem não tem feito inúmeros shows no Brasil nos últimos anos.
Tamanha interação com os fãs está longe de ser inesperada. Até a brincadeira com um assistente que impede que o cantor vá embora e “ordena” que ele toque mais uma é repeteco exato do que aconteceu em 2014. Mas Paul tem carisma de sobra para convencer que até as “colas” em português espalhadas pelo palco apenas estão ali por acaso.

Paul McCartney em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt/G1)
Paul McCartney em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt/G1)

Sem a chuva que ameaçou cair durante todo o dia – e que esteve presente em suas duas últimas passagens pela cidade, em 2010 e 2014 – a noite ainda teve homenagens. “My valentine” foi dedicada à atual esposa, Nancy Shevell. “Ela está aqui hoje”, disse. O antigo produtor dos Beatles, George Martin [1926-2016], foi lembrado com “Love me do”.
Até Jimi Hendrix [1942-1970] esteve presente, durante rápida passagem instrumental de “Foxy lady”, momento em que Paul parece querer mostrar que ainda tem as manhas com os instrumentos – como se precisasse. Ele toca baixo, guitarra, ukulele e dois tipos de piano na apresentação.
Mas é George Harrison [1943-2001], antigo colega de banda, quem recebe a mais clássica e bela lembrança em “Something”. Iniciada com o cantor em uma plataforma elevada e com um ukulele em mãos, ela parece perder um pouco de sua força original enquanto dá uma certa continuidade à psicodelia de “Being for the benefit of mr. Kite!”. Impressão que dura até a virada com as guitarras da canção, que a devolve ao lugar de onde nunca deveria ter saído.
Paul McCartney ainda toca em Belo Horizonte (MG), na terça-feira (17), e em Salvador (BA), na sexta-feira (20).

Paul McCartney em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt / G1)
Paul McCartney em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt / G1)

Paul McCartney em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt/G1)
Paul McCartney em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt/G1)







exame.abril.com.br
Mesmo com voz rouca, Paul McCartney faz show espetacular em SP
O músico passou pela capital paulista nesse domingo e levou o público ao delírio com grandes hits dos Beatles e suas composições solo
Por Clara Cerioni
16 out 2017

Paul McCartney em apresentação em São Paulo
Paul McCartney em apresentação em São Paulo (Diego Vara/Reuters)

São Paulo – Paul McCartney fez seu 22º show no Brasil neste domingo, 15. Mas, a julgar pela reação de seu público devoto no Allianz Parque, em São Paulo, poderia muito bem ter sido o primeiro. A escolha da música de abertura, “A Hard Day’s Night”, é a grande novidade no repertório do baixista na turnê, que começou em abril do ano passado. Antes disso, nenhum Beatle a tinha cantado ao vivo desde um show em 1965, na Califórnia.

Em sua segunda apresentação da turnê “One on one” no país (passou sexta-feira por Porto Alegre), Paul – e sua impecável banda – fizeram um espetáculo de quase três horas, com direito a fogos de artifício e muitas interações do músico com o público. Durante o show, Paul fez várias homenagens. Algumas delas foram para os ex-Beatles John Lennon, George Harrison e Ringo Star. Para Lennon, ele cantou “Here Today”, que ele compôs após sua morte e que diz ser sobre “uma conversa que nunca tiveram”.

Para sua atual esposa, Nancy, dedicou “My Valentine”; para sua ex-mulher, Linda, “Maybe i’m Amazed”. Teve também um trecho de “Foxy Lady”, que Paul dedicou ao guitarrista Jimmi Hendrix, e, claro, “Let me Roll It”, da banda Wings (grupo de rock formado em 1971 por Paul, um ano depois dos Beatles se separarem, que permaneceu em atividade até 1981).

A data da apresentação foi marcada também pela comemoração dos 50 anos de lançamento do aclamado disco “Sgt. Pepers Lonely Hearts Club Band”, que o músico brindou com “Being for the Benefit of Mr. Kite!” e “A Day in the Life”.

Nesse show, o ex-Beatle mostrou que veio preparado para a turnê no Brasil: desde o começo falou frases pré-ensaiadas em português, com direito a diversas gírias. Na esperada “Hey Jude”, ele regeu os fãs indicando os “manos” e as “minas” para cantar, enquanto cartazes com o refrão da canção tomavam conta do estádio. O público também fez o céu fechado da noite de domingo se transformar em uma constelação de estrelas ao ligar todas as lanternas dos celulares durante a canção “Let it Be”.

Ao contrário de sua última passagem na capital paulista, em 2014, quando sua apresentação começou com 45 minutos de atraso por conta da chuva, dessa vez, o show que estava marcado para as 21 horas teve início dois minutos depois.

Diversidade

A característica mais marcante dos shows do baixista é a diversidade do público que o acompanha. De crianças a idosos e metaleiros a ouvintes do pop, todos vibram com as canções do hoje considerado um dos maiores artistas ainda vivo.

Os irmãos David e Peter Fausto, 12 e 10 anos, respectivamente, não continham a ansiedade para ouvir um ex-Beatle cantando os grandes hits da banda. Fervorosos com o início do show também estava um grupo de rockeiros de Jundiaí, interior de São Paulo. Norton Santos, de 38 anos, estava ali para assistir o baixista pela 11ª vez. “Nós somos do metal, mas não adianta, Paul McCartney e Beatles não têm explicação, são incomparáveis”.

Vitória Barron, de 19 anos e Grazielle Araújo, de 20 anos, chegaram às 9h da manhã para conseguir um lugar na grade do show. “Passamos o dia inteiro no frio e ansiosas. Somos muito apaixonadas pelos Beatles e pelo Paul”, contaram.

No meio da apresentação, junto com a animação do público, também estava Gilberto e Luiz Fernando Pettit, de 68 anos e 28 anos, respectivamente. Pai e filho assistiam juntos pela primeira vez ao show do Beatle, que os trouxe um sentimento de nostalgia e saudosismo. “Eu conheço Beatles desde 1964 e nunca imaginei que teria a oportunidade de vê-lo aqui”, diz Gilberto.

No fim da apresentação, com direito a cinco músicas de “bis”, Paul McCartney agradeceu a participação do público, que também demonstrou sua gratidão pelo show. Agora, o ex-Beatle parte para mais duas maratonas de apresentações no Brasil: Terça-feira (17) ele vai para Belo Horizonte e, na sexta-feira (20), toca pela primeira vez em Salvador.

Ouça a playlist da turnê “One on one”  do Paul McCartney no Brasil:




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